31.12.13

Pactos. Leis. Ordenanças

Relacionamentos. Solitude. Consciência. Comunidade.

Quem deve ir na Ceia. Oração. Sacerdócio.

Deus deu a Adão uma lei, como um pacto de obras. Neste primeiro pacto Deus obrigou Adão e toda a sua posteridade, a uma obediência pessoal, total, exata e perpetua. Prometeu-lhe a vida sob a condição dele cumprir o pacto, o ameaçou com morte caso violasse e dotou-o com poder e capacidade para cumpri-la.

Essa lei, esse pacto, chamada de lei moral, continua sendo perfeita regra de justiça e como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai a Moises em 10 mandamentos. Os primeiros 4 mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros 6 os nossos deveres para com o homem, exigindo-se do homem obediência para sempre tanto das pessoas justificadas como das demais em respeito à autoridade de Deus, o criador, que a deu.

Alem dessa lei moral, quis Deus instruir o povo com leis cerimoniais, com ordenanças típicas que em parte prefiguram Cristo, Sua Graça, atos, sofrimentos, benefícios e deveres morais. Estas estão todas abolidas sob o NT.

Cristo no Evangelho não anula de nenhum modo essa obrigação, antes, a confirma.
Mas a liberdade dos cristãos foi ampliada, achando-se livres do jugo da lei cerimonial que estava sujeita a igreja judaica, tendo maior confiança e acesso ao trono da Graça com abundância do Espirito.

A lei e a graça do Evangelho se harmonizam, pois o Espirito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer, livre e alegremente, aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer que se faça.

A liberdade comprada por Jesus consiste na vitoria da sepultura e da condenação eterna, dando acesso direto a Deus pelo amor filial e espirito voluntário, por libertar da culpa e domínio do pecado, da ira condenatoria de Deus, do poder deste mundo, do cativeiro de satanás, do mal das aflições e do aguilhão da morte.

Só Deus é o Senhor da consciência pelas Escrituras. Ele deixou a consciência livre das doutrinas e mandamentos humanos. Destruir esta liberdade de consciência é destruir a própria razão.

Deus não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de satanás. Tolerar qualquer concupiscência ou cometer pecado sob pretexto da liberdade, destrói por isto mesmo a finalidade da liberdade crista.

Sem medo, podemos servir ao Senhor em santidade e justiça diante Dele todos os dias da vida, para mutuamente nos apoiarmos e preservamos uns aos outros no exercício do poder civil e religioso, estando sob exortação e censuras eclesiásticas em pleno ambiente intencionalmente relacional.

A oração ou qualquer ato de culto não é restrito a algum lugar especifico e nem se torna mais aceitável por causa do lugar. Deus deve ser adorado em todo lugar, em todo o tempo, em espirito e em verdade, em casa, em família, no trabalho e em secreto na solitude e contemplação ou informalmente e solenemente em publico como Deus proporcionar ocasião.

H. Snyder diz que pela sua própria pesquisa ficou convencido que sempre que
Deus renova a igreja, elementos-chave são uma redescoberta de uma comunidade
intimamente ligada ao ministério de todos os crentes, a favor do padrão do Novo Testamento acerca da celebração no grupo grande aliado ao Discipulado no grupo pequeno. A maioria das pessoas neste século não associa igreja como Paulo fez dizendo ser a igreja a plenitude de Deus, o poder de Deus, o corpo de Deus e a glória de Deus em consequência natural de uma vida relacional.

Adoramos agradecendo em nome do Filho, com o auxilio do Espirito, com inteligência, reverencia, humildade, fervor, fé, amor e perseverança. Não adoramos a anjos, nem a santos ou outra criatura qualquer e nem aceitamos a mediação de qualquer pessoa ou pastor, mas unicamente a mediação de Jesus. A Ceia simboliza esta mediação.

Quem deve ir e servir na mesa da Santa Ceia?
Somente aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, confiando que esses lhes foram  perdoados por amor de Jesus, e que também, as demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte, desejando cada vez mais fortalecer a fé e corrigir-se na vida.
Os impenitentes e hipócritas comem e bebem para a sua própria condenação.
O celebrante não pode reduzir ou omitir esta exigência, mas ninguém pode analisar ou julgar a consciência do outro.

Todos me conhecerão (Hb 8.11). Esta promessa só cumprirá plenamente quando Jesus voltar em gloria. A parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-43) revela como é perigoso tentar retirar da igreja todos os falsos antes do julgamento final, a menos que haja evidencias de apostasia, assim vários padrões da comunidade do AT continuam sendo validos até hoje.

Para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos que ainda estão longe (At 2.39). A ordem de prioridade é relacional e é a mesma no NT e no AT.

Relacionamentos se aperfeiçoa em núcleos pequenos, a começar com os mais próximos. Para aliviar o stress e aumentar a eficácia do pastoreio pelos presbíteros e lideres, é bom entender o conselho de Jetro a Moisés, para formar uma rede de núcleos pequenos de 10, 50, 100 e 1000 conforme Ex .

Primeiramente para aqueles que crêem, depois para os seus filhos, e por fim, para os que estão longe, numa rede de geração integrada.
Do mesmo modo, Paulo argumenta em favor da santificação dos cônjuges casados com cristãos, dizendo que doutra sorte os filhos seriam impuros, porem agora são santos (1Co 7.14).
Esta dimensão geracional da vida foi aprovada por Jesus concedendo a benção da aliança às crianças em Mc 10.16.

Sem a fé fortalecida é impossível viver uma vida piedosa e santa e fazer alguma coisa por amor a Deus, mas fazemos por amor a nós mesmos ou por medo da condenação. Da mesma forma é impossível que esta fé permaneça no homem sem gerar frutos, pois ela atua pelo amor.

A falsa identidade de uma comunidade atribui maior poder e autoridade a si mesma e a seus regulamentos do que à Palavra, não se submetendo ao jugo de Jesus.
A comunidade deve  ser dirigida ou governada pela vocação e capacitação de Deus por presbíteros docentes, pastores ou ministros que pregam e ensinam a Palavra administrando os dois sacramentos, pelos presbíteros regentes e pelos diáconos, mantendo juntos em colegiado, de forma viva e eficaz a verdadeira comunidade de Jesus para que os pobres e os aflitos recebam ajuda e consolação conforme necessitem, sempre em boa ordem como eleitos pela comunidade e fieis a Deus sem hipocrisia, com total discernimento do Corpo.

Edgard F Alves







Fonte:
Bíblia de Genebra,
Catecismos e confissão de fé.





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