9.12.17

Última semana ativa na UFV. Não olhar para trás

Saiu. . . . 
Estou entrando hoje, na ultima semana como funcionário ativo da UFV, uma vez que a publicação no DOU em Brasilia sairá dia 18 de dezembro.

Lembro de alguém falar que o difícil não era tirar o povo do Egito, mas tirar o Egito do povo.

Jesus disse em Lc 9.62: Ninguém que assume a oportunidade, põe a mão no arado, e olha pra trás, é apto para o Reino de Deus. Então precisamos olhar sempre pra frente, sem nunca retirar o olhar de Jesus.

Isaias nos lembra o cuidado e a providencia de Deus com os seus filhos, como único salvador, dizendo em Is 43.19-20: Esqueçam o que se foi, não fiquem lembrando velhas historias, não vivam do passado. Estou fazendo uma coisa nova e diferente, fiquem atentos.

Paulo diz aos Filipenses para terem um alvo igual a Jesus, afirmando em Fp 3.13-15: Estou correndo para o alvo que é Jesus e não vou voltar atras. Esquecendo-nos das coisas que ficaram pra trás, prossigamos para o alvo com a maturidade tão somente de acordo com o que já alcançamos. – Como tem sido o exercício da nossa profissão e como a nossa fé se expressa no dia a dia com o que já sabemos da Bíblia?

Com Jesus, o dia começa e termina com oração, da mesma forma como Jesus fazia no seu ‘quarto de escuta’. Não existe missão sem a oração. Se ainda estamos aqui na terra, é porque temos uma missão de Jesus para cada um de nós.

Mas a missão de Jesus é assumir servindo a agenda do Pai e não é um projeto, mas sim um estilo de vida, a forma de manifestar a espiritualidade, a maneira de expressar a fé exercitando a profissão, mandato publico ou politico, de segunda a sábado, dentro do que já se conhece e sabe da Bíblia. Tanto a Revista como todos os livros da editora Ultimato, bem como, no CEM e noutras organizações de Viçosa afirmam com clareza a real missão do transformado.

Jesus manifestava sua espiritualidade e o servir, na maioria das vezes em volta da mesa, mais do que em outros lugares. Ele considerava qualquer pessoa como gente, sem excluir ou descartar ninguém, diferente do religioso que descartava prostitutas, cobradores, pobres, doentes e outros. Daí, na CPV se valorizar tanto o entorno da mesa, na Ceia, no junta panela e no final de cada nucleo familiar em casa.

Infelizmente alguns lideres e pastores e grande parte da igreja, desde os tempos de Jesus até hoje, não sabem a sua missão vivendo a sua própria missão, buscando uma vida fácil e bem sucedida com a própria agenda pessoal.

Por isto, a igreja ou religião, não sabe o que é missão. A missão é apenas para os transformados, para os redimidos, que aprenderam trabalhar em equipe e nunca numa carreira ‘solo’ ou autônoma, porque  juntos semeiam e oram pela colheita com completa dependência do Espirito, sem utilizar a própria força.

Uma vez redimidos, iremos apaixonar com o foco em Jesus, que é o Senhor da missão, indo em direção ao movimento de gente sedenta.

Ao completar meus 60 anos ganhei de um amigo, Jony, o livro a sublime arte de envelhecer, que  ensina pra “suportarmos com inesgotável paciência, antecipando cuidados mútuos de uns aos outros, nas suas fraquezas corporais e de caráter. Só quem abandonou seu ego é realmente livre, e nele Deus vai reinar, porque Deus nos envolve totalmente com sua proximidade amorosa. O passado só possui sobre mim tanto poder quanto eu lhe der”.


Faço a seguir alguns retrospectos de 10 em 10 anos, apenas relembrando a historia para rememorar a missão e manter a gratidão pela vida.

Nasci no meio dos anos de 50. Primeiro dia de maio de 55.
Durante os anos de 60 até a adolescência, trabalhei auxiliando meu pai Edson F. Alves na sua lavanderia, comendo muito pudim, enquanto ele almoçava e depois como ‘boy’ para serviços de bancos e auxiliar no escritório Ético, onde trabalhavam duas primas Leny e Lacy Balmant com o Braz Rozado Costa, que também  faziam o controle contábil do armazém-supermercado Mol que meu pai gerenciava.
Nas ferias de julho e janeiro, quase sempre eu ficava no sítio do córrego dos Ipês com a avó Cecilia Balmant e o avô Didi - Oscar F. Alves, quando frequentava uma congregação presbiteriana na roça.

Nos anos 70 já aproximando a juventude, aproveitei da experiência de sair e ficar 500 km distante da família aos 17 anos, quando cheguei em Viçosa, recebido pelo Braz Rozado Costa, fazendo vários projetos juntos, sendo transferido para filial do escritório Etico em Fevereiro de 1973, quando fui encontrado pelo ‘Reve’ (Pastor Elben Cesar) a pedido, por um bilhete enviado pelo meu Tio-Avô, Aristides Balmant, ex-prefeito de Conceição de Ipanema, tendo sua filha sofrido um acidente com morte na zona da mata, recebeu o apoio do 'Reve' quando pastoreava em Ubá próximo dos anos de 1958. Depois, trabalhando em tempo integral e formado em C.Contábeis em 78, com marcantes experiências na liderança de jovens ABU, UMP, Acampamentos em Teresópolis, Florianópolis, diaconia, controladoria de empresas na cidade pelo Etico, direção administrativa em apoio na Revista Ultimato e outras atividades.

Nos anos 80, veio o presbiterato, o casamento com a Edna, o nascimento dos quatro filhos Kezia, Sarah, Kalebe e Hadassa, e de ser Co-Fundador da Rebusca, do CEM como diretor, PZMN como tesoureiro e já na UFV auxiliando os primeiros passos do nascimento do Instituto de previdência Agros, do supermercado escola, laticínios viçosa e da fundação de apoio Funarbe como diretor financeiro. Mudanças de moradias da rua feijó bhering, para a rua dos estudantes e depois para a nova casa no bairro da ‘Cabana’ no final de 87. Trouxemos de mudança pra Viçosa meu irmão Wiliam F. Alves com 14 anos e a minha cunhada Eliamar Cavallero de Moraes com 17 anos. Depois os pais da Edna de Rancharia-SP, Oziel e Joana Moraes e mais tarde os meus pais Edson e Eny Alves de Mantena-MG.

Nos anos 90, foi a especialização profissional na FGV com a universidade de Ohio, presidência de conselhos, diretorias diversas, consolidação da Funarbe, criação da Incubadora de empresas base tecnológica, Centev e Editora UFV e muitas outras atividades eclesiais. Houve o inicio dos primeiros grupos familiares de comunhão e debates para a formação de uma Comunidade ou igreja na região de Silvestre, Violeira ou João Bráz num grande desafio missional depois de confirmar, a não saída para ajudar na Visão Mundial em Moçambique, também assumindo a presidência do CEM.

Nos anos 2000, congressos e participações nos EUA, Equador e em eventos nacionais sobre missões, gestão do terceiro setor e de profissionais em finanças. Convênio internacional do CEM reorganizando a Interserve Brasil para envio de fazedores de tendas. Presidência do Conselho Deliberativo do Agros. Reestruturação social e administrativa da Associação ‘Asas de Socorro’ em Anapolis-GO, criada por americanos na área de aviação civil para apoiar a região amazônica, assumindo a presidência com o fim de treinar uma liderança brasileira. Fortalecimento organizacional das Livrarias, Café Cultura e da Editora UFV. Experiências da Kezia nos EUA com o apoio dos amigos Ney e Cassia Sakiyamma. Da Sarah na Inglaterra quando estudava na Universidade de Alfenas-MG. Casamento da Kezia com o Beto. Co-Fundador e líder da CPV e suas parcerias sociais envolventes na região do Bairro João Braz e Violeira.

Nos anos 10, experiências da Hadassa na Inglaterra e sua mudança para capital de São Paulo. Revitalização e reestruturação dos serviços de Radio e Televisão Universitária pela fundação Fratevi e da cultura e extensão com as Livrarias UFV, Hotel cee e outros projetos pela fundação de apoio Facev como Presidente, ocupando a casa 3 da Vila Giannetti. Também, o casamento da Sarah com o Toni, do Kalebe com a Daniele e o nascimento de quatro netos.

Agora em 2017, desliguei-me no meio do mandato para potencializar novos lideres do Colegiado da CPV, vindo a aposentadoria por idade da Edna no INSS dia 18-outubro aos 60 anos. E em Dezembro, dia 18, será o meu último dia como funcionário ativo na UFV, apesar de continuar por mais um ano como Consultor de Governança, assessorando a PEC-UFV na consolidação organizacional das fundações de apoio Facev e Fratevi, a pedido da Reitoria.

Lembrei-me da ginástica de João em Apocalipse 1.10-19: Ouvi por detrás de mim, voltei-me e vi, quando ví caí, quando caí, levantei-me e escrevi.

Poderia continuar regular e legalmente até completar 75 anos em 2030, mas ví e optei por aposentar, entendendo que esta é a hora de começar uma nova carreira, uma nova etapa com os valores da essência missional de Jesus.

Edgard F Alves