30.3.16

É possível sonhar e imaginar

O que a ressurreição do Coração produz?
Visão, sonho, imaginação, esperando o novo jardim com o Pai.  

Numa provocação para reflexão pessoal sem nada novo, mas que pode ajudar a concretar ou fixar melhor a essência da ressurreição na mente, é bom relembrar que fomos criados pela Trindade para relacionar com Ela.

Deus sabia que o homem precisava de iguais para se relacionar bem e estes por serem semelhantes relacionar com a Trindade, e assim criou Eva para relacionar com Adão, formando a humanidade entre iguais, sem ser da Trindade, mas semelhante a Ela. 

Neste plano, a Trindade sabia que o homem não agüentaria a pressão do inimigo do outro reino, no outro lado da árvore e certamente, tendo arbítrio, facilmente se orgulharia da sua condição de semelhança.
Como não faz sentido criar à imagem e sem arbítrio, o Filho se ofereceu para o devido socorro e religação, tornando-se também homem um dia, sem quedar-se ou ceder ao reino inimigo. 

Com o devido cuidado e paixão pela sua criatura relacional, Deus disse que iria passar no jardim todo dia para ouvir, conversar, instruir e manter as relações desejadas com o homem no seu Reino e desta forma, evitaria que ele ouvisse as acusações do inimigo, que certamente causaria o nascimento do orgulho, prepotência, domínio, desdém e a consequente pecaminosidade latente, jogando o homem pra viver no reino do inimigo, longe da ação direta do Pai.

Apesar das instruções e acompanhamento diário no jardim, o homem caiu e passou a morrer.  
Eva passou a ser dominada e seus desejos confrontados pelo homem, quando surgiu o medo, desesperança, vaidades, individualismo, glórias próprias e traição.

Como Jesus já tinha oferecido, o Pai chamou o inimigo e lhe disse que o Filho nasceria de mulher dentro do seu reino e o dominaria pisando a sua cabeça, mesmo sofrendo dores e conseqüências pelos ataques no calcanhar. (Gn 3.14-15). 

Esta oferta de amor se concretizou com nascimento do segundo Adão, sofrendo a cruz (morte física), com o natural retorno ao Pai pela Ressurreição, justificando assim o preço da morte no lugar do quedado, o primeiro Adão com toda a humanidade caída, permitindo ao homem voltar a sonhar com o Reino perdido.

Celebramos a Sua ressurreição por causa da suprema garantia de uma vida refeita, pois assim como o Filho esteve aqui curando e ensinando, da mesma forma ao subir para nos preparar morada permanente, como nosso advogado junto do Pai, deixou o próprio Espírito para habitar nos corações que aderiram voltar e experimentar de novo o Reino do Pai de forma transformada. Este Espírito serve, para confortar, orientar, interceder, gerar sonhos, imaginação nos corações renovados ou nascidos de novo pela cruz.

Não adoramos e aderimos ao homem que morreu na cruz, mas ao homem vivo que ressuscitou. Com a aceitação do perdão, somos transformados e ressuscitados no coração, isto é, a conversão ou renovação assumida pela Cruz, gerou o perdão completo do passado (pecado), do presente, (habitação do Espírito) pela justiça que gera gratidão constante e do futuro (Glória) pela convicta esperança da Ressurreição física com um corpo igual ao primeiro homem ressurreto: Jesus. Isto gera SONHO, imaginação do futuro jardim de relacionamentos permanentes e eternos com a Trindade, como no início.

Esta 2ª vez e futuro acontecimento, será o dia do juízo final com a queda e morte deste reino onde vivemos, para entrar somente no Reino do Pai, sem dualidades, sem dicotomias, sem pecados, sem queda, sem contaminação e sem maldades.

Por isto, não temos mais culpa. Ela foi assumida e transferida para o Filho vicariamente. Ganhamos vida completa, relacional, leve, sã, sadia, de sonhos e de imaginação, por sermos habitação do Espirito nos corações transformados e ressuscitados.

Isto gera excelência e gratidão. Gratidão que faz doar, servir, relacionar, adorar, submeter e ficar disponíveis ao outro, a fim de facilitar outros a enxergarem esta realidade do alto preço que foi pago pelo Filho no nosso lugar.

Gratidão que gera confissão de uns aos outros. Gratidão que gera perdão a sí próprio e ao outro, por ter sido perdoado completamente pelo amor do Criador, mesmo sem nada merecer, não existindo nada, por melhor que seja, que se faça ou deixe de fazer que altere este plano.

Gratidão que leva ao "quarto de escuta diário" no jardim no Reino do Pai, mesmo morando ainda neste reino inimigo. Um Pai que aceita como estamos e como somos, sabendo quem somos e das nossas limitações.

Gratidão porque não existe mais acusação de nada e nem avaliação pelos nossos atos, uma vez que o avaliado e aceito foi o Filho no nosso lugar e entramos com Ele pela Porta Dele.

Gratidão porque Ele coloca o desejo de vida eterna nos nossos corações. Gratidão porque voltamos às origens iniciais de criados para SONHAR e para IMAGINAR e ter saudades da eternidade. Gratidão porque ninguém neste mundo consegue nos derrubar ou destruir nossas almas. 

Também temos consciência que ninguém consegue viver e crescer na espiritualidade relacional com o Criador, de forma isolada ou sozinho.  
Sempre será preciso interdependência aqui neste reino, para ajudar uns aos outros vivenciar o novo Reino na prática do dia-a-dia, no trabalho e na família. 
Quem não ama a quem vê, não pode amar o Pai a quem não vê. Isto é relacionamento em família, amigos, grupos pequenos, comunidade local, organizações e até igreja e outras instituições.
Nada de religiosidade, sacrifícios, pagamentos ou qualquer ritual, sem envolver-se com a essência missional de pessoa a pessoa, família a família, amigos a amigos pró-Reino do Pai, mesmo estando ainda neste reino de inimigos.

É preciso persistência, bravura e grande firmeza missional para enfrentar todas as dificuldades e problemas neste reino, porque a ele não pertencemos mais, por causa da ressurreição.


Edgard F Alves 

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