O
que a ressurreição do Coração produz?
Visão,
sonho, imaginação, esperando o novo jardim com o Pai.
Numa
provocação para reflexão pessoal sem nada novo, mas que pode ajudar a concretar
ou fixar melhor a essência da ressurreição na mente, é bom relembrar que fomos
criados pela Trindade para relacionar com Ela.
Deus
sabia que o homem precisava de iguais para se relacionar bem e estes por serem
semelhantes relacionar com a Trindade, e assim criou Eva para relacionar com
Adão, formando a humanidade entre iguais, sem ser da Trindade, mas semelhante a
Ela.
Neste
plano, a Trindade sabia que o homem não agüentaria a pressão do inimigo do outro
reino, no outro lado da árvore e certamente, tendo arbítrio, facilmente se orgulharia
da sua condição de semelhança.
Como
não faz sentido criar à imagem e sem arbítrio, o Filho se ofereceu para o
devido socorro e religação, tornando-se também homem um dia, sem quedar-se ou ceder ao reino inimigo.
Com
o devido cuidado e paixão pela sua criatura relacional, Deus disse que iria
passar no jardim todo dia para ouvir, conversar, instruir e manter as relações
desejadas com o homem no seu Reino e desta forma, evitaria que ele ouvisse as
acusações do inimigo, que certamente causaria o nascimento do orgulho,
prepotência, domínio, desdém e a consequente pecaminosidade latente, jogando o
homem pra viver no reino do inimigo, longe da ação direta do Pai.
Apesar
das instruções e acompanhamento diário no jardim, o homem caiu e passou a
morrer.
Eva
passou a ser dominada e seus desejos confrontados pelo homem, quando surgiu o
medo, desesperança, vaidades, individualismo, glórias próprias e traição.
Como
Jesus já tinha oferecido, o Pai chamou o inimigo e lhe disse que o Filho
nasceria de mulher dentro do seu reino e o dominaria pisando a sua cabeça,
mesmo sofrendo dores e conseqüências pelos ataques no calcanhar. (Gn 3.14-15).
Esta
oferta de amor se concretizou com nascimento do segundo Adão, sofrendo a cruz
(morte física), com o natural retorno ao Pai pela Ressurreição, justificando
assim o preço da morte no lugar do quedado, o primeiro Adão com toda a
humanidade caída, permitindo ao homem voltar a sonhar com o Reino perdido.
Celebramos
a Sua ressurreição por causa da suprema garantia de uma vida refeita, pois
assim como o Filho esteve aqui curando e ensinando, da mesma forma ao subir
para nos preparar morada permanente, como nosso advogado junto do Pai, deixou o próprio Espírito para habitar nos corações que aderiram voltar e experimentar de novo o Reino do Pai de forma transformada. Este Espírito serve, para confortar, orientar,
interceder, gerar sonhos, imaginação nos corações renovados ou nascidos de novo
pela cruz.
Não
adoramos e aderimos ao homem que morreu na cruz, mas ao homem vivo que ressuscitou. Com a aceitação do perdão, somos transformados e ressuscitados no coração,
isto é, a conversão ou renovação assumida pela Cruz, gerou o perdão completo do passado
(pecado), do presente, (habitação do Espírito) pela justiça que gera
gratidão constante e do futuro (Glória) pela convicta esperança da Ressurreição
física com um corpo igual ao primeiro homem ressurreto: Jesus. Isto gera SONHO,
imaginação do futuro jardim de relacionamentos permanentes e eternos com a
Trindade, como no início.
Esta
2ª vez e futuro acontecimento, será o dia do juízo final com a queda e
morte deste reino onde vivemos, para entrar somente no Reino do Pai, sem
dualidades, sem dicotomias, sem pecados, sem queda, sem contaminação e sem maldades.
Por
isto, não temos mais culpa. Ela foi assumida e transferida para o Filho
vicariamente. Ganhamos vida completa, relacional, leve, sã, sadia, de sonhos e
de imaginação, por sermos habitação do Espirito nos corações transformados e
ressuscitados.
Isto
gera excelência e gratidão. Gratidão que faz doar, servir, relacionar, adorar,
submeter e ficar disponíveis ao outro, a fim de facilitar outros a enxergarem
esta realidade do alto preço que foi pago pelo Filho no nosso lugar.
Gratidão
que gera confissão de uns aos outros. Gratidão que gera perdão a sí próprio e
ao outro, por ter sido perdoado completamente pelo amor do Criador, mesmo sem
nada merecer, não existindo nada, por melhor que seja, que se faça ou deixe de
fazer que altere este plano.
Gratidão
que leva ao "quarto de escuta diário" no jardim no Reino do Pai, mesmo morando
ainda neste reino inimigo. Um Pai que aceita como estamos e como somos, sabendo
quem somos e das nossas limitações.
Gratidão
porque não existe mais acusação de nada e nem avaliação pelos nossos atos, uma
vez que o avaliado e aceito foi o Filho no nosso lugar e entramos com Ele pela
Porta Dele.
Gratidão
porque Ele coloca o desejo de vida eterna nos nossos corações. Gratidão porque
voltamos às origens iniciais de criados para SONHAR e para IMAGINAR e ter
saudades da eternidade. Gratidão porque ninguém neste mundo consegue nos
derrubar ou destruir nossas almas.
Também temos
consciência que ninguém consegue viver e crescer na espiritualidade relacional
com o Criador, de forma isolada ou sozinho.
Sempre
será preciso interdependência aqui neste reino, para ajudar uns aos outros
vivenciar o novo Reino na prática do dia-a-dia, no trabalho e na família.
Quem
não ama a quem vê, não pode amar o Pai a quem não vê. Isto é
relacionamento em família, amigos, grupos pequenos, comunidade local,
organizações e até igreja e outras instituições.
Nada
de religiosidade, sacrifícios, pagamentos ou qualquer ritual, sem envolver-se com
a essência missional de pessoa a pessoa, família a família, amigos a amigos
pró-Reino do Pai, mesmo estando ainda neste reino de inimigos.
É
preciso persistência, bravura e grande firmeza missional para enfrentar todas
as dificuldades e problemas neste reino, porque a ele não pertencemos mais, por
causa da ressurreição.
Edgard
F Alves