19.8.15

A grande corrupção da igreja

Lixo no PVA-UFV
Uma pequena análise da corrupção da Missiologia da igreja: 

Primeiro é sempre bom lembrar que a igreja é a própria Missão de Deus. É uma família comprometida moralmente com o amadurecimento espiritual. Ela é um lar que se mantém sempre ligada na fonte de água viva, como pedras vivas de uma edificação que mostra o fruto do seu serviço pelo amor e mutualidade como conseqüência da sustentação na Raiz de Davi. Ela não se preocupa em agradar a si mesma e nem de ser reconhecida pelos homens, trabalhando sempre de forma transparente com prestação de contas um ao outro, sendo verdadeiros Sacerdotes Santos. Ela é conhecida pelo que produz, porque faz diferente para fazer diferença gerando novos discípulos e fieis discipuladores irmãos de Jesus, conforme Jeremias 17.7-8. 

Segundo, pensar qual é a minha missão pessoal?  
A igreja sou eu mesmo e sendo a igreja a Missão de Deus, fica totalmente insubstituível, inalienável e administrável fora do seu contexto local ou por outras organizações a quem ela deve prestar contas com lealdade, por ser primeiramente o lar seguro para os que nela se identificam e se comprometem desejosos de servir o outro dentro de Deus, com sadias e bem fixadas raízes em Jesus. É envolver disponibilizando-se ao vizinho, colega, amigo e família para sempre responder as suas questões a favor do Reino inaugurado na Cruz.  
Este desejo com simplicidade agrada o coração de Deus e gera na igreja o sonho da eternidade, dando força para persistir sob a ação de Deus, suportando qualquer custo a favor do Reino. Sendo eu a igreja e carente como sou, "exige uma constante investigação na fonte da corrupção que é o coração". (Sayonara). 

Terceiro, onde está a corrupção?
A necessária organização da igreja local, historicamente supervisionada numa estrutura de governança centralizada, humanizou a comunhão e a missão da igreja, fortificando o conhecimento sem a prática e por outro lado, os "fieis" passaram a gostar e desejar que seus próprios pastores e líderes fossem uma espécie de deus, capazes de resolver tudo. 

Tais desvios geraram a corrupção na missiologia da igreja, como:
O entendimento da simples frequência nos templos, o crescimento e a multidão do “domingueiro”, a grande turma com aparente comunhão, a festa, o ativismo, o prestigio social do pastor, a riqueza ou alta posição social dos principais líderes, os programas na tv, radio e web, a carência pelo reconhecimento externo da liderança regional e nacional, o discurso às vezes copiado por falta de tempo, a intercessão no púlpito para "inglês" ver, o estudo bíblico ou a teologia acadêmica sem a pratica correspondente, a incoerência do discurso na vida íntima, as cobranças de doações e contribuições, o sentimentalismo com choro, a auto-confiança com a afirmação do "chamamento e unção" em nome de Deus, o sistema organizacional e de governança “quase perfeito", os templos, a construção magnífica com pedras importadas, a liturgia e o louvor infalíveis de alta qualidade de som, artistas e instrumentos sempre na frente, voltados para a platéia para agradar o publico, são fatores de corrupção usados por satanás para impedir a visão da correta Missiologia e o avanço da real igreja que adora exclusivamente Jesus o tempo todo. 

Esta corrupção sonega informações e tempo de qualidade na devoção pessoal do quarto de escuta diário se desprendendo facilmente e completamente da essência, do plano e do foco missional da igreja fixada na Raiz. Desta forma, ela deixa em segundo plano a família, filhos, amigos e o entorno, para dar conta das atividades empresariais intensas, e também dos envios a novos projetos, atividades e a outros países para preencher relatórios, sustentando a referida sonegação, tornando-se uma igreja missiologicamente corrupta e distante do Criador. 

Em quarto lugar, o que deve ser a igreja então?
Simples assim: A Missiologia da igreja deve ser essencialmente edificadora em princípios bíblicos de forma vivencial e prática, como num lar, numa família ardente de amor, num coração sem maldade, sempre agindo pela força da Graça regeneradora, caminhando como pedras vivas dentro da Glória da ressurreição de Jesus através da habitação do Espírito Santo. 

A missiologia da igreja não é de multidão, nem a favor da correnteza das águas, nem para a facilidade da riqueza humana. Mas tem clareza nas funções sem clericalismo, tem aprofundamento para a maturidade espiritual de intimidade relacional com o Criador e da maturidade para o serviço de uns aos outros em amor paciente, dentro do princípio do sacerdócio de todos os santos, porque não existe “leigo” na missiologia da igreja

A igreja sendo a própria Missão de Deus, não tem uma missão, mas ela é a Missão, ela é um ministério, um ministério de Deus para sacerdotes santos (homem e mulher), no trabalho, na igreja, em casa, na escola. Ela é a igreja dos 7 dias toda semana, durante 24 horas por dia, sempre de geração integrada, por facilitar para os pais dos recém nascidos e até 12 anos de idade, num programa de 3 pilares: a- ensino dos princípios bíblicos, b- repetidos pelos pais em casa e, c- repetidos em grupos familiares relacionais durante a semana de forma lúdica e participativa. 
Também facilitando continuamente e com inteligência, a formação e a capacitação de auxiliares e líderes discipuladores de “vida na vida” para os pré-adolescentes, adolescentes, jovens, casais e famílias inteiras, de forma intencional e relacional para servir o vizinho, o colega, o amigo e a família tornando cada casa uma igreja e cada membro um ministro e um missionário

(A foto acima nos leva a pensar na teologia acadêmica dos reformados que não se reformam. Consegui tirar esta foto ontem de um latão de lixo em frente ao PVA da UFV – igreja reformada, está sempre reformando)“



Edgard F Alves