Raiz profunda sem fixar |
Uma pessoa com sentimento de abandono, desprezo e isolamento, sofre.
Não é a pessoa que fixa raiz onde está (pode mudar). Não é a
pessoa que sai de casa com tempo marcado para voltar. Não é a pessoa que sai
com o objetivo e meta definida e também não é a pessoa que sai tendo forte
coração missionário, pronto para servir onde está e como estiver, no meio do
seu trabalho normal, com amigos, governo, lazer e outras atividades.
Desta maneira é que Jesus deixou seu lar e morou na terra
cumprindo a vontade exclusiva do Pai, sendo perfeito e bem sucedido em tudo que
fez. Ele se sentiu abandonado apenas no momento de pagar o preço exigido pelo pecado,
porque precisava morrer como homem para garantir que não temos mais nada a
pagar, porque foi tudo pago por Ele. Uma vez perdemos tudo, mas Ele fez tudo e
ganhamos tudo de novo.
Mas, aquela pessoa sem vínculos ou intimidade
relacional direta com a Trindade através da morte do homem Jesus, que nos
trouxe de novo para a casa do Pai, qualquer lugar ou qualquer coisa que ela faça
se torna rejeitado, com sentimento de desprezo e a vida fica sem sentido, pobre
e vazia.
A família do Pai, o lar e o ambiente relacional da Trindade
na qual fomos inseridos como filhos adotivos pela cruz, trazem completo sentido
para a vida. E cria uma mentalidade discipuladora de um coração missionário para
servir como enviado relacionando com os outros para glorificar o Pai.
Discipulado é misturar com o mundo e andar juntos no mundo
ganhando a confiança e amizade, comendo nas mesas deles e depois convidando
para ser discípulo, ensinando e levando ao compromisso com o batismo,
facilitando sua comunhão direta com a Trindade através da Cruz.
Ser discípulo é ensinar, é treinar fazendo juntos, é ver
fazendo, para depois delegar e enviar da mesma forma como Jesus fez.
É viver com profundidade, sem medo de errar. Sem medo da
oposição. Sem medo de se expor. Sem medo de confrontar com inteligência.
É confiar plenamente na visão e no aconchego do Pai.
É sempre considerar que a obra é Dele e é com Ele que vamos
trabalhar todos os dias até a consumação final com persistência de peregrino.
Perseverança é uma qualidade indispensável para o discípulo
fiel. Ele aprende a enxergar longe e não desiste no meio do caminho.
Ele não sofre de oscilações na Unidade e nas convicções
básicas em relação ao sonho de Deus, de que os amigos consigam entrar na Sua
família com a intimidade e segurança da Cruz.
Nosso envio como missionário “fazedor de tendas” é para sermos
servos na autoridade de Jesus, nunca por nós mesmos ou por qualquer outra forma
de merecimento ou tipo de pagamento imaginável.
As dificuldades, as oposições, os protestos fazem parte da
Missão e nos ajudam a manter mais sensíveis em plena comunhão e direção do Pai.
J. Stott diz:
“Uma verdadeira obra de Deus prospera é na oposição. É
quando a prata é refinada e seu aço endurecido”.
R. Alves Diz:
“Ostra feliz não faz pérolas”
Os verdadeiros líderes acrescentam a perseverança na Graça,
à visão e à diligencia. Jesus, Moises, Paulo e outros chegaram ao final
com seus ideais intactos.
O objetivo, o que desejamos e o nosso foco ou sonho, são os
maiores de todos que existem no mundo, é uma meta inalcançável aqui, a de ter a
perfeição de Jesus, mas podemos imitá-lo, segui-lo e ficar parecido com Ele sendo
enviados com a glória Dele.
Estando em Jesus e como imitadores, andamos no Espírito e
ganhamos a sabedoria para contextualizar, para cuidar do outro e promover para que
não exista nenhuma necessidade dentro do Corpo, mudando a mente e o futuro do
entorno, servindo até os confins da terra.
Na verdade, não queremos seguir o Papa, nem outro líder
qualquer e nem estruturas e planos institucionais, mas pertencemos a uma
organização eclesiástica boa que funciona de forma colegiada e representativa (presbiterial)
para facilitar a mútua prestação de contas, oração, comunhão e que pode obter a
essência de Jesus firmada unicamente na Bíblia, considerando que cada grupo ou
núcleo seja diferente para fazer diferença onde estiver.
Assim, conseguiremos correr riscos maiores ficando mais
abertos aos desafios e oportunidades de forma intencional na comunhão com
Jesus, quando perceberemos que nossos projetos têm mais chance de darem certo, estando
eles corretos com as pessoas onde estamos trabalhando e servindo.
Edgard F Alves
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