29.5.15

Fiquei sozinha em “Santos”?

Raiz profunda sem fixar 
Uma pessoa com sentimento de abandono, desprezo e isolamento, sofre.

Não é a pessoa que fixa raiz onde está (pode mudar). Não é a pessoa que sai de casa com tempo marcado para voltar. Não é a pessoa que sai com o objetivo e meta definida e também não é a pessoa que sai tendo forte coração missionário, pronto para servir onde está e como estiver, no meio do seu trabalho normal, com amigos, governo, lazer e outras atividades.

Desta maneira é que Jesus deixou seu lar e morou na terra cumprindo a vontade exclusiva do Pai, sendo perfeito e bem sucedido em tudo que fez. Ele se sentiu abandonado apenas no momento de pagar o preço exigido pelo pecado, porque precisava morrer como homem para garantir que não temos mais nada a pagar, porque foi tudo pago por Ele. Uma vez perdemos tudo, mas Ele fez tudo e ganhamos tudo de novo.  

Mas, aquela pessoa sem vínculos ou intimidade relacional direta com a Trindade através da morte do homem Jesus, que nos trouxe de novo para a casa do Pai, qualquer lugar ou qualquer coisa que ela faça se torna rejeitado, com sentimento de desprezo e a vida fica sem sentido, pobre e vazia.

A família do Pai, o lar e o ambiente relacional da Trindade na qual fomos inseridos como filhos adotivos pela cruz, trazem completo sentido para a vida. E cria uma mentalidade discipuladora de um coração missionário para servir como enviado relacionando com os outros para glorificar o Pai.

Discipulado é misturar com o mundo e andar juntos no mundo ganhando a confiança e amizade, comendo nas mesas deles e depois convidando para ser discípulo, ensinando e levando ao compromisso com o batismo, facilitando sua comunhão direta com a Trindade através da Cruz. 

Ser discípulo é ensinar, é treinar fazendo juntos, é ver fazendo, para depois delegar e enviar da mesma forma como Jesus fez. 

É viver com profundidade, sem medo de errar. Sem medo da oposição. Sem medo de se expor. Sem medo de confrontar com inteligência. 
É confiar plenamente na visão e no aconchego do Pai. 
É sempre considerar que a obra é Dele e é com Ele que vamos trabalhar todos os dias até a consumação final com persistência de peregrino. 

Perseverança é uma qualidade indispensável para o discípulo fiel. Ele aprende a enxergar longe e não desiste no meio do caminho.  
Ele não sofre de oscilações na Unidade e nas convicções básicas em relação ao sonho de Deus, de que os amigos consigam entrar na Sua família com a intimidade e segurança da Cruz.

Nosso envio como missionário “fazedor de tendas” é para sermos servos na autoridade de Jesus, nunca por nós mesmos ou por qualquer outra forma de merecimento ou tipo de pagamento imaginável. 
As dificuldades, as oposições, os protestos fazem parte da Missão e nos ajudam a manter mais sensíveis em plena comunhão e direção do Pai. 

J. Stott diz: 
“Uma verdadeira obra de Deus prospera é na oposição. É quando a prata é refinada e seu aço endurecido”. 
R. Alves Diz:
“Ostra feliz não faz pérolas”
Os verdadeiros líderes acrescentam a perseverança na Graça, à visão e à diligencia. Jesus, Moises, Paulo e outros chegaram ao final com seus ideais intactos. 

O objetivo, o que desejamos e o nosso foco ou sonho, são os maiores de todos que existem no mundo, é uma meta inalcançável aqui, a de ter a perfeição de Jesus, mas podemos imitá-lo, segui-lo e ficar parecido com Ele sendo enviados com a glória Dele. 

Estando em Jesus e como imitadores, andamos no Espírito e ganhamos a sabedoria para contextualizar, para cuidar do outro e promover para que não exista nenhuma necessidade dentro do Corpo, mudando a mente e o futuro do entorno, servindo até os confins da terra. 

Na verdade, não queremos seguir o Papa, nem outro líder qualquer e nem estruturas e planos institucionais, mas pertencemos a uma organização eclesiástica boa que funciona de forma colegiada e representativa (presbiterial) para facilitar a mútua prestação de contas, oração, comunhão e que pode obter a essência de Jesus firmada unicamente na Bíblia, considerando que cada grupo ou núcleo seja diferente para fazer diferença onde estiver. 

Assim, conseguiremos correr riscos maiores ficando mais abertos aos desafios e oportunidades de forma intencional na comunhão com Jesus, quando perceberemos que nossos projetos têm mais chance de darem certo, estando eles corretos com as pessoas onde estamos trabalhando e servindo. 

Edgard F Alves