LUTO NA VIDA é SÓ COM
A MORTE?
Entende-se que o luto é singular e
único, num processo de mudança interior, sem escolhas; é a perda do elo
significativo entre pessoas, de algo numa situação de dor como um câncer,
cirurgia, ou outro fenômeno natural, sem o medo e sem a culpa; gerando um
processo educativo, que ensina viver com bom desenvolvimento humano, facilitando
as relembranças de momentos de alegria, fotos, para os retornos rotineiros e
outras experiências inovadoras, com afeto e acolhimento numa família extensa de
amigos.
Gostaria muito de estar vivo quando
Jesus voltar, pela completa libertação da escravidão nesta vida, mas isto não
compete a mim e a ninguém, como afirmado em Atos 1.7, entendendo que a cruz
significa morte, lembrando que é preciso morrer para nós mesmos, como disse
Jesus: “viver é tomar a sua própria cruz, me seguindo a cada dia”, significando
deixar o Espírito guiar e dirigir tudo, conforme Lucas 9.23.
Relembrar da forma que fomos feitos
na origem, à semelhança trina do Pai, Filho e Espírito, que se interagem e
vivem intensamente, cuidando do resgate e retorno das suas criaturas, quando se
terá conhecimento e compreensão completa de tudo, com criatividade e capacidade
produtiva plena na volta de Jesus.
A partida para muitos, que sofrem
com o corpo já debilitado e frágil, é uma benção por estar pela cruz, deixando
este corpo para ficar com Jesus, pois não será um novo mundo desconhecido, mas
um lugar preparado por Jesus para receber os seus fiéis, redimidos e
recuperados pela confiança na Graça mostrada na cruz, quando se retirou a
escravidão do pecado, cancelando totalmente a nota promissória da nossa dívida.
Não o “templo”, mas o corpo é o
lugar da habitação do Espírito, que se junta de forma inseparável e
insubstituível com o nosso interior, formando a conexão triúna, para a caminhada
segura e temporária como peregrinos, elevando em cada um a esperança viva e
forte ao novo Reino sem mortes, governado por Jesus na perfeição do Pai Trino.
O Pai Trino olhou para a água, e fez
os peixes, mas os peixes não vivem sem a agua, mas a agua vive sem os peixes.
Olhou também para a terra, e fez as plantas e as árvores, mas elas não vivem
sem a terra, mas a terra vive sem elas. Também olhou para a Trindade conectada
e fez a humanidade, mas o homem não vive sem a Trindade, pelo acompanhamento do
Espírito, mas a Trindade vive sem o homem.
É preciso ser, se conhecendo de
forma integral, no corpo, no interior e no espírito, para assim poder conhecer o
Pai, Filho e Espírito, criador e sustentar de tudo, tendo feito a humanidade à sua
imagem e semelhança.
Qualquer uma das três partes (corpo,
interior-alma e espírito), agindo de forma separada, conduzirá a outros
caminhos obscuros e inseguros, que geram perdas e fortes Lutos com culpas e
medos, trazendo consequências diversas e difíceis para a vida.
Assim como Jesus ensinou, é preciso orar
“sem cessar, sem parar, o tempo todo”, enquanto trabalha, nos cânticos da
memória, caminhadas, contemplando a natureza, leituras, escutas, conversas,
ouvido sensível e encontros em grupos com acolhimento afetivo, relacional e
social no entorno da mesa com vinho e pão, assumindo a sua cruz.
Edgard F Alves