Um desafio é relembrar parte da história sem egos, atendendo ao pedido da filha Sarah.
Recordar que a Universidade foi criada por Decreto do Estado de Minas em
1922 e fundada como ESAV superior de agricultura e veterinária em 1926,
tornando UREMG universidade rural do Estado em 1948 e federalizada UFV em
1969.
Quando ainda UREMG, havia longos atrasos nos pagamentos dos salários do
pessoal, exigindo a criação de um “Posto de Abastecimento” com
produtos básicos para as famílias, em desconto na folha de pagamento, que
funcionava na Casa da reta ao lado da lagoa, onde funciona hoje o sistema de
segurança interna, e que, com a boa produção pecuária e agrícola da
Universidade e suas fazendas, atendia as necessidades internas dos alunos no
Refeitório e dos funcionários.
A FUNARBE, com bom aproveitamento da grande produção agrária e pecuária
da UFV, através da comercialização dos excedentes não consumidos pelo
Refeitório, assumiu o referido “Posto de Abastecimento”,
ampliando o envolvimento e gerando a emancipação num “Supermercado”,
que ocupou uma antiga estrutura na área física da Agronomia e mais tarde num
novo projeto com a reforma da sede, formando o atual “Supermercado Escola”,
hoje na boa gerencia da ex-estagiária Renata Bressan.
Com a experiência adquirida, iniciou o apoio na Extensão e Pesquisa,
produzindo em 1982-3 o Arroz no norte de Minas, em Janaúba e Gorutuba, em
parceria com a Codevasf, onde construiu um canal de Água do rio na região, para
a produção do Arroz que foi vendido no Supermercado, tendo um dos primeiros
projetos de parcerias para Educação, via Depto Economia Doméstica, em Araxá MG,
pela CBMM. Além de atuar na cooperação da gestão, em contratos de
parcerias para construção do prédio da Engenharia Agrícola pela UFV, e com o
Instituto ‘AGROS’ na construção do Shopping Center Viçosa.
Surgiu no DTA a “Usina Piloto de Laticínios” gerando
tecnologias importantes na área, tendo em 1973 o início da comercialização do
Leite Pasteurizado e empacotado mais caseiro, atendendo o consumo e
necessidades internas dos estudantes no Refeitório e outros interesses locais,
sendo administrado em parcerias por Cooperativas de Juiz de Fora e Local.
Em 1982, a FUNARBE passou a gerir a “Usina Piloto de Laticínios”
que consumia toda produção de Leite do estábulo e zootecnia servindo o
Refeitório, havendo um tempo de forte envolvimento do Departamento de
Tecnologia de Alimentos DTA, pelo retorno do Doutorado na Europa de Professores
Pesquisadores, com dedicação intensa na ampliação da Usina, aumentando a
produção de Sucos Naturais (surgindo importantes empresas como a Tial,
Le-Verger), melhorias na produção dos Iogurtes em parceria com a Itambé, do
Leite pasteurizado, Queijos diversos e do Doce de Leite.
Iniciou-se o lançamento do Doce de Leite no mercado, sob o nome de “Doce
de Leite Funarbe”, gerando a emancipação da Usina Piloto para o “Laticínios
da Funarbe”, competindo com os famosos Doces Argentinos, sendo um dos
primeiros vendedores locais o Sr.Oziel Moraes.
Em 1991 mudou o nome para “Doce de Leite Viçosa”, obtendo
mais tarde pela 10ª vez, como o melhor Doce de Leite do Brasil, tendo nova sede
construída fora do DTA pelo “Laticínios Escola”, na Av. Oswaldo
Lana ou nova PHRolfs, sob a excelente coordenação do técnico Aristides
Dias.
Novas iniciativas surgiram como a Divisão Gráfica - DGU, que resolveu
criar a “Editora UFV” com o apoio na gestão da FUNARBE, iniciando
em seguida a estruturação legal das Livrarias com
vendas da produção própria e de outras Universidades.
Paralelamente se criou a COOFAB cooperativa financeira, com os próprios
funcionários da FUNARBE, e em parceria com a UFV criou-se a Incubadora de
Empresas de Base Tecnológica, funcionando nos fundos do espaço sede:
Centreinar-Funarbe, depois integrando a Incubadora de Empresas, com a criação
do CENTEV em parceria com a PMV, através do Secretario de Tecnologia na época:
Wiliam Alves, transferindo a sede para as instalações do antigo CBIA que
pertencia ao Ministério da Justiça.
Particularmente no aprendizado nos controles de granjas, avicultura,
cargill, mundial, bandeirantes, e outros, através do Ético Contábil com o amigo
Braz Rosado, até a formatura em 1978 na UNIPAC de V. Rio Branco. Em seguida o
casamento com Edna em maio de 1980, mais tarde a especialização em
controladoria na FGV em BHE, cooperando em diversas atividades voluntárias como
tesoureiro da IPV no término da construção da nova sede na PH Rolfs, também
presidindo a UMP misturado com ABU e eleito Diácono, depois Presbítero a partir
de 80, além de ser o primeiro fora da família César, na área administrativa da Revista Ultimato, com o amigo e parceiro `Reve` Elben, em co-fundação da
Rebusca para ação social, e do CEM para a escola de missões visando a formação
de estudantes e profissionais pelo compromisso na Missão.
Convidado no final de 1980 assumiu junto com a equipe de organização, o
Instituto ‘AGROS’ de Previdência Complementar, hoje também com Plano de Saúde, sendo
transferido em 1981 num acordo com o ‘Agros’ ao novo contrato, para chefiar os
controles e organização da FUNARBE, instituída no final de 1979 e iniciando os
trabalhos em janeiro de 1980, tendo sido transferido em março de 1983 ao novo
contrato direto com a UFV, mas permanecendo integralmente pelos interesses da
UFV, na Chefia Financeira e Diretoria Adm-Financeira da FUNARBE até julho 2006,
durante 25 anos.
No início, a sede administrativa da FUNARBE foi numa casa antiga do
Balaústre no centro da cidade, mudando para as salas do 10º andar do recém-construído
Edifício Panorama, depois para o andar superior do Centro de Vivência próximo
da Reitoria, e em 1994 assumindo o controle e adaptando em novo espaço físico,
acumulando a coordenação administrativa do Centreinar - Conab.
Foram décadas intensas com amplas interações, numa complexidade
desafiante no tempo de uma forte inflação com riscos de perdas, até a criação
do plano Real que exigia controles especiais, como a criação da própria Unidade
de Referencia - UR, tendo correção diária para enfrentar os problemas dos
serviços de vendas.
Em assessorias voluntárias, teve participação na presidência do Conselho
Deliberativo, depois de um tempo no Conselho Fiscal do ‘AGROS’, na
reestruturação institucional como Diretor Financeiro da Rádio e TV Educativa da
Fundação FRATEVI, no norte do País na presidência do Conselho de Administração,
reestruturando a Associação Asas de Socorro criada em Goiás em 1955, com várias
reuniões em Anápolis, Manaus e Boa Vista, além das orientações e consultorias a
várias Fundações de apoios e Associações sem fins de lucros, pela extensão da
UFV.
Em 2006 deixando a direção da FUNARBE, seguiu na Coordenação
Administrativa da Editora e Livrarias na interação com o Café Cultura da
Biblioteca, novos processos de vendas e atendimentos virtuais on-line e a
participação em Feiras e Congressos por todo Brasil, aumentando o volume das
Livrarias em mais de 10 vezes em alguns anos, sendo hoje uma das maiores
Livrarias Universitárias do País.
Assumiu como Assessor Especial da Reitoria na Pró-reitora de Extensão, para revitalizar e reestruturar a Fundação de Cultura FACEV criada pela UFV em 1998, exigindo uma nova estrutura organizacional com sede na Casa 3 da Vila Giannetti, ficando aposentado a partir de janeiro de 2018, mas continuando como Diretor Presidente da FACEV, para facilitar o fortalecimento na gestão da Educação, Cultura e Extensão da UFV, como os Cursos de especialização, músicas, instrumentos, a tradicional Semana do Fazendeiro, Cursos CEE de extensão, Hotel Escola, Livrarias, Café Cultura, Laboratório e Divisão de Saúde, através da gestão dos contratos e convênios de cooperação no interesse comum, pelo desenvolvimento da UFV.
Quando Paulo aos Romanos diz: “Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o
pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha
carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo
sozinho. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer,
esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem
o faz, mas o pecado que habita em mim”.