20.10.21

ESPERANDO O FIM DO ARCO-ÍRIS

Já sonhou com um mundo perfeito? 

Do Japão, Ásia, Rússia, Europa, África e Américas com a mesma língua, com ampla cooperação em apoio e ajudas, sem guerras, sem brigas por poder, sem doenças, sem desiquilíbrios, sem interesses próprios ou individuais, sem competitividade, sem terremotos, mortes, desastres e outros excessos, tendo os animais, plantas e toda natureza bela e sempre bem cuidada?

Tudo sob um único governo competente, amoroso, organizado, relacional, que delega, ouve e apoia tudo, da mesma forma como era no início da criação, até quando surgiu a luta por poder e domínio de tudo, havendo a expulsão deste mundo perfeito.

O verdadeiro discípulo não foge do mundo, mas se indigna sem se conformar com ele. É o mesmo que inconformar com a cultura e tradição circulante. É desenvolver uma contracultura no desafio do pluralismo, diversidade, sem arrogância ou superioridade pessoal, sonhando com o retorno do Reino.

Jesus veio como homem abrir o retorno ao início da criação. Seguir e imitar Jesus é ser discípulo aprendendo com Ele, é cumprir a vontade de Deus para o Seu povo, porque quem não ama, não vive, não ouve e nem consegue cooperar com Ele ou sendo como Ele, se esvaziando de sí mesmo, sem pagar o mal com mal, ouvindo e entrando no mundo de outras pessoas, para se capacitar quando cheio do Espírito.

A realidade é que a maioria tem um crescimento sem profundidade, por falta de líderes desenvolvidos com visão madura e prática visível com qualidade na sua própria vida, ficando como crianças sem maturidade física, moral, intelectual e emocional e, sem equilíbrio para novos relacionamentos com responsabilidades, confiança e obediência, uma vez que existem muitos cristos, falsos cristos, cristos distorcidos ou caricaturas do Jesus autêntico ou outro jesus, que não é a imagem visível de Deus invisível, sem poder ver o Pai (nosso de todos), como amigo de Jesus. Quanto mais pobre e pequeno for o conceito de Jesus, mais pobre será o discipulado.

Na criação Deus estabeleceu 3 tipos de relacionamento: 1 – Com Ele mesmo; 2 – Entre sí na raça humana plural; e 3 – Para com a boa terra e as criaturas, evitando a deificação da natureza ou o extremo oposto com a exploração exaustiva num relacionamento correto entre humanos e o cuidado da criação, como gestores ou administradores e não proprietários.

É ter um estilo de vida simples para contribuir generosamente com a atenção social e evangelização de forma inter-relacional em pequenos grupos e em sessões plenárias ou ajuntamentos celebrativos dos outros seis dias, com influências que levam ao compromisso e à ação, denunciando a destruição ambiental, desperdício e acumulação, uma vez que somos mordomos ou administradores e não proprietários de qualquer terra, usando a serviço do outro com justiça, tornando Jesus visível e atraente por uma nova comunidade de Deus com motivação e qualidade e não com quantidades.

Como nas construções em pedras precisam de argamassa para se ligarem, também nós somos membros uns dos outros numa liga relacional firmada na Rocha que é Jesus, pois somos como uma noiva de Jesus, sendo morada do Espírito, para declarar as virtudes de Deus em todo lugar e local, equilibrados como forasteiros e peregrinos, exortando a fuga das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, numa mudança profunda realizada pelo Espírito.

O servir o outro na dependência um do outro faz lembrar e trazer à tona a instabilidade emocional, a enfermidade física que às vezes se manifesta pelo choro, que evita chegar ao cume da autoconfiança, trazendo gratidão sem crescer o orgulho, encarando a velhice com todos os recursos pessoais e não mais pelo que se produz em quantidade, mas na motivação real e qualidade de vida sem destituir as pessoas da sua dignidade.

A característica do discípulo de Jesus é a morte, pois a vida é por meio da morte. A vida é pela fé interior, simbolizada exteriormente no batismo com agua, confirmando a união em Jesus na Sua morte e ressurreição.

Nós morremos para o pecado, para comodidade humana, sem fingir que estamos imunes ou livres do pecado, mas tomando nossa cruz todos os dias, para ser discípulo de Jesus, numa verdadeira vida pelo preço que Jesus entrou no ‘hades’ dominando o governo do diabo, mas ainda o mantendo solto por um tempo.

Toda forma de missão, leva a alguma forma de cruz, sendo a morte o caminho certo e único para a frutificação no Espírito. A semente morre para se multiplicar. A dita morte pode ser do conforto de sí mesmo, da ambição em fazer muito, da segurança financeira para este mundo, e assim vai preparando para o destino final, ou retorno ao início da criação, analisando e refletindo na sua própria cultura e experiências, até o dia da volta de Jesus, quando acabará o Arco-Iris. 

 

Edgard F Alves