Exige-se diálogo maduro e produtivo orando sem cessar, jejuando e ouvindo com a porta do coração fechada para fora da correria das atividades, ficando a sós com Deus, quando podemos chamar de Quarto de Escuta pessoal, para criar a sensibilidade de sentir bem o toque do Espírito, se capacitando com os dons apropriados, no exercício de advertir a humanidade quanto à natureza pecaminosa, e as consequências das suas práticas denunciadoras nas instâncias do poder.
Muitos buscam a igreja e não Jesus, sem entender que o propósito da igreja não é ser o centro do poder, apesar de ainda ser útil para o nosso tempo, uma vez que ela está na maioria das vezes com foco em eventos que adoecem a muitos, numa produção em série, sem reflexões, sem discussão, sem profundidade e sem crescimento para a maturidade e da maturidade para servir o outro, buscando um pluralismo social de valores e estilo de vida, sem o consumismo espiritual.
A igreja não é Jesus. Ela é o corpo de Cristo com a mente de Jesus, num organismo vivo que cumpre a Sua missão do reino, em pequenos grupos que faz a diferença nas famílias, continuando no mundo as obras que Jesus começou acolhendo os pobres como essencialmente evangelizador, baseando em Genesis 3 e não somente em Mateus 28, porque o pecado humano deteriora toda a criação, exigindo uma prática missionária integral, que também envolve toda a natureza e animais, lembrando que o próprio Criador declarou no final, que tudo ficou “muito bom”.
Este corpo de Jesus, prioriza a localidade indo até os confins da terra; prioriza o envolvimento e a encarnação cultural, sem perder a sí mesmo ou seu interior relacional de comunhão e amizade no caráter da igreja local fundamentado no próprio Jesus, como pedra angular e árvore que gera frutos, numa comunidade restauradora de Deus no mundo, sempre presente como sal e luz, emparelhando Sua unidade com a diversidade.
Evangelismo integral diz respeito tanto à justificação e regeneração, quanto ao discipulado e santificação, fazendo Jesus conhecido na orientação e direção do Espírito Santo, em todas as culturas sem adaptar à cultura, mas construindo comunidades de discípulos de Jesus e não só da igreja institucional, religiosa, organizada e metodológica, sem a verdadeira conversão a Jesus e sem o batismo do Espírito, simbolizado na aplicação da água.
Sabemos que o Espírito trabalha intensamente de várias formas, vendo os campos maduros com pessoas, que às vezes a igreja julga estarem desinteressadas ou até insultando a Graça, sem perceber a colheita possível com Jesus em todas as tradições culturais, e ainda continuando a trabalhar com o status, a formação, posição social elevada, dinheiro, mentiras, estabilidade com as aparências de engano e preconceitos, desviando da verdade em Jesus, sem o real aprofundamento, reflexões, conversas e relacionamentos em pequenos grupos evangelizadores, uma vez que a necessidade de hoje não é maior número de pessoas inteligentes ou talentosas, mas de pessoas com profundidade.
“Venha o Teu Reino - Uma igreja para hoje”, é um livro bem contextualizado e revelador dos tempos atuais e muito inspirador lançado pelo Ultimato, que pode muito num clube de leituras ter boa reflexão, ser útil para se observar o que vemos nas lideranças religiosas e na política do País, pois muitos ainda procuram uma satisfação instantânea por prazer desesperado.
Edgard F Aves
