Qual é a importância da Igreja e porque
devemos participar dela?
Estas perguntas nos alertam para a realidade do mundo cruel. Ainda não conseguimos entender completamente que a igreja faz parte de uma
guerra constante declarada por Deus a satanás e seus descendentes contra o
Filho da mulher (Jesus), conforme Gênesis.
Concordamos com a exposição do CSLewis, quando escreve nas
cartas 16 e 17 do seu livro: “Cartas de um Diabo ao seu aprendiz”, afirmando
que uma das grandes realizações do maligno foi instruir ao seu aprendiz que é mais fácil transformar os homens em glutões com a ajuda da vaidade, tendo
apreço pelas iguarias. Que gula não está no excesso, mas no sensorial, na delicadeza. Que é mais eficaz investir nos homens para serem
degustadores, “connoisser”, tornando-se exigentes nos detalhes, sofisticados no
paladar, em relação ao vinho e à comida, ao ponto exato da picanha especial, ao
cozimento da massa, até chegar ao limite da simplicidade de comer, dar lugar à
sofisticação gastronômica, demitindo cozinheiras e desconsiderando garçons,
pela complexidade dos gostos com exigências nos detalhes e desejos
sofisticados.
Como igreja corremos o mesmo risco.
A simplicidade, a liberdade e a pureza do Evangelho não mais provocam prazer na maioria dos crentes, pois nos tornamos exigentes, detalhistas e institucionais, submetendo-nos à complexidade de gostos e desejos sofisticados.
Como igreja corremos o mesmo risco.
A simplicidade, a liberdade e a pureza do Evangelho não mais provocam prazer na maioria dos crentes, pois nos tornamos exigentes, detalhistas e institucionais, submetendo-nos à complexidade de gostos e desejos sofisticados.
A guerra declarada em gênesis e a influência da degustação e sofisticação por satanás, com a multiplicação e crescimento da igreja do primeiro século, saiu da simplicidade, liberdade em mutualidade relacional e pastoreio dentre os discípulos de Jesus, para a complexidade institucional, exigências de detalhes, gostos pessoais, programas e templos na busca pela excelência e desejos próprios. Os cristãos foram se multiplicando, transformando-se num fim em si mesmos, organizando, criando instituições, formas e ritos, com estruturas complexas.
Cremos no Pentecoste, quando 120 discípulos receberam alegremente o Espírito e logo saíram anunciando a Justiça da Cruz e Ressurreição, fazendo discípulos com a própria vida, de forma livre, com simplicidade e leveza, celebrando cada vida relacional com Jesus.
Entendemos que todos aqueles que procuram adentrar de alguma forma num grupo pequeno, Núcleo ou numa igreja, assíduos ou não, líderes ou não, oficiais ou não, mesmo nem sempre sendo perceptível, ficam expostos à ação direta do Espírito que usa os que servem no Reino, sendo a igreja um ambiente mais forte e sensível que noutro lugar ou ajuntamento qualquer onde também o Espírito atua através dos discípulos, como no trabalho, emprego, clube, lazer, bairro e vizinhos.
Entendemos que a igreja núcleo comunidade é um amplo campo missionário,
pela disponibilidade de alguns em apoiar e andar junto em amizade com aqueles
que procuram adentrar, num meio onde se ampara uns aos outros para aprender
ouvir a orientação de Deus, pela solitude com leitura da Bíblia e Oração
pessoal no quarto de escuta diário, com o fim de fazer discípulos, sendo cada
vez mais parecidos com Jesus, dentro de uma comunidade relacional de discípulos
discipuladores com o Mestre e não para o Mestre.
A igreja comunidade é unicamente a que faz discípulos de
Jesus de forma relacional, trabalhando junto com o Mestre e confirmando que a
transformação não é através de informações, conhecimentos e razões, mas somente
pelo Espírito onde existe discipulado, a começar com os pais em casa com as
crianças. Por isto, é mais fácil achar cristãos que encontram a igreja certa,
do que simplesmente cristãos que encontram o Evangelho. É mais fácil servir aos
diversos interesses e gostos pessoais, do que ao próprio Jesus e Seu Evangelho
de vida na vida.
O cristão fiel vai para a igreja, indo para servir o outro
como um campo missionário, não para receber, barganhar ou se mostrar, mas
disponível para ser usado pelo Espírito como Lhe aprouver com aqueles que por
engano buscam novidades ou sendo enganados estão indo e de alguma forma
expostos à ação do Espírito. É preciso ficar juntos, porque juntos somos
melhores.
Ao mesmo tempo somos carentes de apoio emocional e
amizades sinceras, que poderão se transformar em discípulos fieis de Jesus. Apenas
os que servem o Reino, podem fazer discípulos entre os líderes, presbíteros
regentes, docentes, diáconos e demais participantes, servindo em amor e amizade
na plena submissão à Missão e chamado da salvação em Jesus.
Edgard F Alves